Publicado em 2 de abril de 2015 às 16:07

Diamantina: um refúgio para o feriado da Páscoa

Se você pretende aproveitar a Páscoa em terras mineiras, mas procura uma cidade alternativa a Ouro Preto, a dica é curtir o feriado em Diamantina. A cidade possui um rico acervo histórico-arquitetônico do período em que o diamante movimentava a economia da região, no século XVIII, repleta de construções coloniais e igrejas barrocas.

A cidade montou uma programação especial, disponibilizado pela Paróquia Santo Antônio Sé, com rituais para a comemoração da Páscoa, uma das festas mais tradicionais da cidade, que atrai centenas de turistas por ano. As atividades começaram já no Domingo de Ramos, 29 de Março, e vão até a Páscoa, 05 de Abril.

O Guia Quatro Rodas destaca a encenação da Sexta-Feira da Paixão, “com cerca de cem guardiões romanos e duzentos outros participantes reproduzindo a Via Sacra, entre duas igrejas da cidade, que mudam a cada ano”, como é relatado pelo Guia. No Domingo de Páscoa as ruas são enfeitadas com serragem, areia e flores. Nas janelas, os moradores participam colocando colchas e toalhas coloridas nas varandas e janelas das casa.

 

Do Arraial do Tijuco à terra de JK

Diamantina nasceu como a maior parte das cidades do interior do Brasil: a partir da exploração bandeirante, que procurava metais preciosos como o ouro e a prata.

Foi em 1691, que a bandeira liderada por Jerônimo Gouveia encontrou ouro no vale do córrego Tijuco. A exploração do metal, entretanto, não chegou a ser praticada, uma vez que a quantidade de mineral ali existente não era tão abundante como se pensava. Porém, em 1729 foram descobertas as primeiras jazidas de diamantes, segundo registro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir desse momento, o Arraial passou a atrair pessoas de terras vizinhas, que se aventuravam na busca por um pedaço de diamante.

O Arraial do Tijuco conheceu seu esplendor no período em que esteve sob o controle de dois contratadores de diamantes – Felisberto Brant (1748-1751) e João Fernandes de Oliveira (1759-1771). Foi nessa época, inclusive, que viveu Chica da Silva, uma das mais famosas personagens da história do país. No período, prosperaram o comércio e a construção civil – surgiram as primeiras igrejas.

Já no século XIX, o Arraial passou a rivalizar em tamanho com Vila Rica (atual Ouro Preto), que era capital de Minas Gerais. Sua importância foi tanta, que em 1831 ela passou ser considerada uma vila, com o nome de Diamantina. Sete anos mais tarde foi elevada à categoria de cidade E foi com o nome de Diamantina que a cidade viu nascer outra figura ilustre: Juscelino Kubistchek.

Atualmente Diamantina vive da prestação de serviço, já que o turismo histórico é um dos principais atrativos da cidade. Abaixo listamos alguns pontos turísticos que vale visitar durante o feriado da Páscoa:

 

1. Casa da Chica da Silva
Aqui a melhor opção é admirar a fachada da construção do século XVIII, pois não há um museu com móveis e utensílios da época, apenas funciona sede do IPHAN. Dentro da casa há painéis que retratam a paixão do casal que lá morou, como forma de lembrar o romance que teve a casa como cenário.

 

2. Igreja Nossa Senhora do Carmo
Uma das curiosidades da Igreja reside em sua torre, que foi construída na parte de trás do templo. Não se sabe ao certo o porquê. Há quem diga que por ter sido financiada por José Fernandes de Oliveira, que teve um romance com Chica da Silva, a torre foi posta na parte de trás para que ela pudesse adentrar na Igreja, já que na época negros não podiam ultrapassar da torre das igrejas. Outra versão é de que a própria Chica não gostava dos sons dos sinos e pediu a José Fernandes para que eles ficassem mais distantes.

igreja chica da silva

Foto por Elias Rovielo com CC

 

3. Passadiço da Casa da Glória
Uma charmosa conexão entre dois antigos prédio de um colégio para meninas, que não permitia o contato das estudantes com o restante da cidade. Antes disso, um prédio funcionou como moradia de um intendente de diamantes e outro como um orfanato. O Passadiço é melhor aproveitado por fora, em um exercício de admiração da estrutura, em meio aos paralelepípedos e concretos.

 

4. Caminhada pelas ruas do centro histórico

Uma das atividades mais legais de Diamantina é caminhar pelas ruas do centro histórico, observando suas construções históricas. Se houver a oportunidade de fazê-la durante a noite, o visual fica ainda melhor. Vale a pena um jantar no centro histórico com direito a uma caminhada antes de retornar ao hotel/pousada.

passeio noturno centro historico diamantina

Foto por Vihh com CC

 

5. Cachoeiras
Se você estiver no pique de um passeio mais natural, Diamantina oferece cinco cachoeiras próximas a serem visitadas – Sentinelas, Fadas, Cristais, Toca e Três Quedas (esta com 70m de queda d’água).

diamantina vegetacao serra

Foto por Glauco Umbelino com CC

 

Como chegar em Diamantina
Localizada a 300 km de Belo Horizonte, para chegar lá basta desembarcar na capital mineira e se direcionar à rodoviária de BH e pegar um ônibus para Diamantina, que pode ser de duas viações: Pássaro Verde ou Gontijo. A seguir há dois links nos quais você pode retirar maiores informações de como realizar o deslocamento entre aeroporto e rodoviária – serviço de Tranfer e Traslados e ônibus entre aeroportos e rodoviária de BH

 

Onde ficar

Para encontrar a hospedagem de acordo com a sua preferência, acesse uma lista de hotéis e pousadas  da cidade de Diamantina.