A partir de hoje, o aeroporto Internacional Tancredo Neves, Confins, em BH, passará a ser administrado pelo consórcio BH Airport, formado pelo Grupo CCR (constituído pelas construtoras Camargo Correa e Andrade Gutierrez, que têm 75% de participação no consórcio), pelas operadoras Flughafen München (1% de participação) e Flughafen Zürich AG (24%) e pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero, que tem 49% de participação). O leilão foi realizado em novembro de 2013 com uma oferta de R$ 1,82 bilhões, valor 66% acima do mínimo exigido pelo governo, que era de R$ 1,09 bilhões. A concessionária vai administrar o terminal por 30 anos e deve investir R$ 3,5 bilhões na melhoria deste.
Pelo contrato, a BH Airport deverá construir, até abril de 2016, um novo terminal de passageiros com, no mínimo, 14 pontes de embarque e ampliar a ponte de embarque; até 2020, deverá ser construída uma pista independente ou um gatilho com capacidade de fazer 198 mil movimentos por ano. Nas ações mais imediatas, o consórcio deverá, em 30 dias, realizar a revisão dos sistemas de escadas e esteiras rolantes, elevadores e esteiras para restituição de bagagens, entre outras medidas. Em 60 dias, ela deverá ampliar as opções de alimentações e a infraestrutura migratória do aeroporto. A reforma de banheiros, salas de embarque, pisos e paredes deve ser feitas em 90 dias, ou seja, depois da Copa do Mundo, que iniciará daqui a 65 dias.
O consórcio BH Aiport também administrará o aeroporto industrial, localizado no Aeroporto de Confins e que foi inaugurado em 13 de março. Esse aeroporto, que tem 8.000 m² e recebeu investimentos de R$ 17 milhões, tem como objetivo possibilitar que vinte empresas produzam e exportem sem a cobrança de tributos estaduais, municipais e federais.
A concessionária
O aeroporto mineiro é o quinto maior do país e movimenta cerca de 10 milhões de passageiros por ano. As duas empresas operadoras integrantes do consórcio BH Aiport têm experiência na administração de aeroportos com capacidade semelhante ou até superior ao do aeroporto mineiro. A empresa suíça Flughafen Zürich AG, por exemplo, administra o aeroporto de Zurique, que movimenta 22,8 milhões de passageiros ao ano e constantemente figura na lista do prêmio World Travel dos melhores aeroportos da Europa. Outros aeroportos que a empresa administra são: aeroportos de Bogotá (Colômbia), três aeroportos chilenos, quatro hondurenhos e o aeroporto de Bangalore, na Índia.
A empresa alemã Flughafen München, por sua vez, administra o aeroporto de Munique, que tem aérea de 15,6 milhões de metros quadrados, capacidade para receber aproximadamente 45 milhões de passageiros por ano, espaço para 50 aeronaves (Confins suporta até 19 aviões) e estacionamento para cerca de 20 mil carros (o aeroporto mineiro tem 2.005 vagas para carros). Já o Grupo CCR atua principalmente na concessão de rodovias, mas intenta diversificar seu portfólio de concessões. “A CCR está diversificando seu portfólio para aumentar sua exposição a setores que devem trazer retornos mais altos que o de concessões rodoviárias, como aeroportos e mobilidade urbana”, declara um analista do grupo.
